quarta-feira, 16 de março de 2011

CHEIRA A ELEIÇÕES


Sócrates começou a campanha, primeiro com a conferência de imprensa, depois com a entrevista à SIC (a pedido de quem?).
Vai repetindo ad nauseam que quem quiser pode mandar abaixo o governo, e que a culpa da instabilidade política e consequente sentença dos mercados será da oposição. Já o pessoal pode esperar alguma redução do aperto daqui até às eleições - depois volta -, é aproveitar.
Provas? A acusação junta aos autos 2 documentos (ainda quentes da impressora): a cedência às farmacêuticas na descida prometida do preço dos medicamentos (contra descontos ao Estado); a oferta às transportadoras de descontos nas scuts (10% de dia, 25% de noite) e aumento da majoração da despesas em combustíveis, de 120 para 140%, em sede de IRC.

Para quem ainda não decidiu, é começar a ponderar as alternativas plausíveis:
Hipótese A. Maioria absoluta do PSD.
Hipótese B. Maioria relativa do PSD, governo AD.
Hipótese C. Maioria relativa do PSD, Bloco central.
Hipótese D. Maioria relativa do PS, oposição mais forte.
Hipótese E. Maioria relativa do PS, governo com BE.
Não parece que qualquer governo minoritário consiga passar a tempestade, ou o tente, que o PC aceite partilhar o poder, ou que Sócrates recupere a maioria absoluta.
Também não parece muito conveniente entregar nova maioria absoluta ao PSD (que, aliás, diz não querer governar sózinho). Parafraseando Sócrates, "eu estou muito de acordo" com a hipótese B, sabendo porém que a agitação social será ainda maior com um governo de centro-direita: o caminho é estreito, não se avizinham boas notícias e os socialistas num instante voltam à rua, para se juntar aos protestos contra o que fazem agora.
Sobra ainda um governo de Sócrates e Louçã. Não será catastrófico, o BE toma um banho de realidade (como os verdes alemães), ver-se-á obrigado a tomar decisões contra o seu eleitorado e, nas eleições seguintes, passa a bloco de notas.

2 comentários:

  1. Fata-te a hipotese: PS Governa com apoio parlamentar à esquerda mas sem coligação governativa

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  2. Não falta nada, repito, nenhum governo minoritário consegue passar a tempestade.
    O Sócrates governa, como tem feito até agora, com o apoio parlamentar do BE ou do PCP? Vê-se medida a medida, como agora? Entendem-se num pré-acordo para o grosso da política financeira?
    Nã!
    Até porque eu espero que o PS não seja o mais votado (benzo-me), mesmo não votando no Passos.

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