terça-feira, 18 de janeiro de 2011

PERGUNTA PARA QUEIJO


Prá semana fazem 16 meses que Sócrates ganhou as eleições - um terço da legislatura já lá vai.
Tirando o casamento gay, para quem isso interessar, lembram-se de alguma coisa boa e com impacto que este governo tenha feito?

Eu sou meio esclerosado e tenho fraca memória, mas o que retive no arquivo foi o sufoco das finanças. Back to 2009: o défice previsto ficava abaixo de 3%, nas eleições de Setembro o governo garantia 5.8%, 3 meses depois a conta fechou em 9%. O PM insistia nas grandes obras públicas como bilhete para o sucesso, quando toda a gente sabia que não havia guita, e assegurava que as finanças estavam controladas e não eram precisas medidas adicionais, dias antes de aumentar o IVA, o IRS, o ADSE e a CGA. Pariu-se um PEC, não chegou, outro PEC e depois mais outro. Cortou-se o abono de família, o subsídio de desemprego, a comparticipação de medicamentos, o rendimento mínimo, as deduções à colecta... e o salário dos servidores públicos. Agora já vai no revirar dos bolsos e no rapar do tacho, com o aumento estratosférico das taxas moderadoras, multas e taxas de desbloqueamento dos carros.

Mas continuamos a gastar mais do que recebemos e custa cada vez mais arrancar uns empréstimos, para a despesa corrente e pagar juros do calote: enfim, para a mercearia e a prestação do plasma (daquelas que tá sempre a crescer, tipo Cofidis).
Ora Sócrates crava uns trocos à China (que não sabe o que fazer às divisas que acumula, e para quem este empréstimo é liliputiano), ora vai em "roadshow" às arábias vender a dívidazinha, numa espécie de MBO. E, como não se morde a mão que nos alimenta (e que tem outra noção de "direitos"), volta o epíteto que Mário Soares usou para a ditadura: Portugal amordaçado.
Futuro? Enquanto a Alemanha já cresce a mais de 3% ao ano, nós vamos regredir em 2011 e, estima quem sabe, vamos ter na próxima década 1 dos 2 menores crescimentos do Mundo.

Pronto, há mais vida para além das finanças. Pois é, a Justiça tá na mesma, a Cultura definha sem orçamento, as escolas contam os paus de giz, os hospitais cortam nos medicamentos, as empresas não ganham quota de mercado, cada vez produzimos menos para comer.
Pergunto de novo: está-me a escapar alguma medida profícua do XVIII governo constitucional?

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