segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

CAMPEÃO EM TÍTULO, STONE CAVACOOOOOO


Enquanto o Povo andava ocupado com o aperto de cinto do próximo ano e a "quadra" do Natal (gastando como se não houvesse amanhã), há para aí uma pré-campanha para as presidenciais. É uma espécie de WRESTLING, um espectáculo ensaiado em que já o vencedor já foi escolhido - de Boliqueime, ooooo Stone Cold Cavacooooo –, leva muita porrada-que-não-dói de quatro lutadores, à vez ou aos pares, mas aguenta qual sempre-em-pé até ao gongo final.
É um motivo adicional para o desinteresse: de 10 em 10 anos, mais que uma eleição, há um referendo ao presidente em funções: desta vez, temos uma sondagem de opinião sobre o Cavaco, que já ´tá eleito. Não me incomodam os 5 anos em que foi parco nas palavras, mas vê-lo nos debates fez-me recordar porque não gosto dele.
Mas vejamos as alternativas: um operário (?), um poeta, dois médicos e um bobo, todos sem rasgo.
LOPES não quer ser presidente, é um candidato a próximo-Jerónimo: o PC vai a jogo porque quer exposição e Lopes quer visibilidade, 2em1.
ALEGRE é o castrado, baseou a anterior candidatura na crítica e na oposição, na cultura da independência e 5 anos depois, é o candidato do poder – esperto Sócrates, calou-o com o seu apoio. Contra a sua natureza, o “a mim ninguém me cala” já era, agora vive uma contradição de apoios e é tudo contenção. Fio da navalha.
Quanto a DEFENSOR DE MOURA, o candidato 2%, sei de onde vem (de Viana), mas não sei ao que vem ou o que acrescenta. Traz à liça a regionalização e o clientelismo, o que lhe interessa ou o que conhece, como ex-autarca.
E depois há o NOBRE, um cidadão que todos admiram, nas suas funções, o que não quer dizer que se disponham a dar-lhe a de PR – como diz Sousa Tavares, um homem bom e sério não faz um bom e sério candidato. Um homem comum, com umas ideias à esquerda e outras à direita, Nobre faz o papel de Alegre de 2006 e é o candidato contra a situação, mas como vem (mesmo) de fora do sistema, tem mais genuidade e menos densidade de ideias e conhecimento do “métier”. E exacerba o problema dos outros, ou promete coisas vagas, porque as funções são vagas, ou entra nas competências do governo. Prometia mais no início? Prometia. Falta-lhe preparação e máquina eleitoral? Falta. Abusa do auto-elogio e compete no conhecimento da miséria (eu é que vi uma galinha a roubar uma migalha a uma criança.....), mas, no fim, é o único que traz algo de novo e de fresco – porque não ter um presidente amador, nos 2 sentidos? Não se queixam todos que “eles” são todos iguais?
Por fim, no dia do último debate, foi aceite pelo TC a candidatura de José Manuel COELHO, do PND-Madeira, com o slogan “Coelho ao poleiro”. Obteve os seus 15 segundos de fama quando hasteou uma bandeira nazi na assembleia regional, para protestar para o “fascismo” jardinista, e foi proibido de lá entrar uns dias depois, por capangas do Alberto João. Outro Tiririca.
Bem, e há sempre a hipótese de acabar com o lugar, mais caro que a monarquia espanhola: o governo e o parlamento regem-se pela constituição e o tribunal constitucional interpreta em conformidade.
P.s.: À direita, não há ninguém, é tudo muito disciplinado e pragmático, ainda andaram em conversas mas ficaram no balneário. Decididas as eleições, e porque não tenho por hábito/gosto votar no que ganha (excepto 2 em 17 vezes, contra Cavaco em 96 e contra maisumpresidentesocialista em 2006), eu contribuo para que Nobre tenha um resultado apresentável. Talvez corresse melhor se tivesse esperado 5 anos.

1 comentário:

  1. Concordo que, se Nobre fosse a votos daqui a cinco anos, teria muiiiiito mais hipóteses de forçar uma segunda volta e muiiiito mais ainda se os candidatos fossem todos caras novas, mas ainda assim não é carismático o suficiente para chegar ao poleiro.

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