quinta-feira, 8 de abril de 2010

RESTAURADOR OLEX

Há 25 anos, usava pullovers aos losangos, era um dos betinhos. Mas nunca alinhei muito em modas, como patilhas grandes, cabelo oxigenado ou à tigela, botas texanas, aquelas coisas que conferem uma identidade de grupo (confesso, tive uma vez um penteado embaraçoso, mas, diriam os Xutos, foi um caso isolado).
Como pai, talvez me venha a deparar com um “miúdo” com desejos de fazer um piercing ou uma tatuagem, ou descubra que é gótico e use só preto e caveiras, ouça ruído e pareça um membro da família Adam.
Vou tentar evitar o argumento final, “enquanto ‘tiveres cá em casa, mando eu”, que más lembranças me traz. Seria a isso obrigado num caso: RASTAS.
Não me venham dizer que a falta de lavagem dos dreadlocks (aqueles charutos de cabelo) é mito, que os petizes usam água do mar e sabão azul. Convém lavar pouco e o champô alisa o cabelo, não dá; se o cabelo não for bem seco, cria fungos e dá pivete: o cabelo parece sujo porque está sujo. Ora, falta de higiene, não.
Cada qual faz o que bem entende - obviamente -, claro, mas faz-me espécie ver meninas e meninos até bem apessoados com estas grinaldas encafuadas num saco de lã riscado.
Não é que seja grave a adesão a estéticas sem que se saiba porquê, é mesmo natural na idade, mas saberão os teen-rastas que os dreadlocks servem para diminuir o volume do cabelo, em particular quando é frisado?
Já agora, passa-lhes pela cabeça que o movimento rastafari não se reduz a bob marley e ao reggae, mas que tem origem religiosa, considerando Deus na Terra o nanominimicro Imperador de Etiópia, Hailê Selassiê I, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores e Leão Conquistador da Tribo de Judah (as cores do gorro são, nem mais nem menos, as da bandeira etíope), e que muitos rastafaris cumprem restrições alimentares bíblicas ou são vegetarianos – o que é diferente de consumir erva?

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