"Para certos republicanos a República tem sido um pé de cabra com que vêem aumentando os seus haveres." Senador João de Freitas, histórico republicano, in Boletim parlamentar do Senado, 11-06-1913
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domingo, 13 de dezembro de 2009
Jantar de Natal obrigatório
Estamos na altura dos jantares de Natal dos empregos, onde convém comparecer. Uma amiga foi ao jantar da Câmara onde trabalha, porque “levam a mal” se faltasse.
No meu caso, foi almoço. Vários colegas explicaram a sua presença porque querem subir as suas más notas (necessárias à progressão na carreira), ou para "não sofrerem retaliações". Ao que chegámos...
Eu recuso-me a ir, como a maioria. Confraternização vem de fraterno, que pressupõe irmandade, afecto e união: 364 dias de chicote e 1 de cenoura é piada de mau gosto.
Pelo menos, este ano não insistiram para cada pessoa ir (no ano passado, um desculpou-se com a vinda dum amigo da Venezuela, disseram para levá-lo...), pois não havia “artista convidado” da direcção central e não era necessário mostrar a casa composta, em sinal de união.
Salvaguardadas as devidas diferenças, é como o marido que não estima a mulher, mas comemora o aniversário de casamento e ainda convida o chefe da repartição.
Como a mim calha aos pares, também falto a outro almoço de natal para o qual sou convidado. Há 9 anos, o administrador duma empresa (com a intervenção do comendador – há sempre um comendador envolvido – da Agros) conseguiu, por meios pouco simpáticos, que fosse “removido” do local de trabalho, pelo meu zeloso cumprimento da lei. Esse “saneamento” acabou por ser muito frutuoso, devia estar agradecido.
Mas a vida dá mesmo muitas voltas e deu-se o caso de sermos agora considerados inimigos pela mesma pessoa – o que, na sua mente, nos torna aliados e mesmo amigos (sic). Vai daí, tenho anualmente mais um convite a recusar.
Não vais aos almoços, tu é que perdes :)
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