terça-feira, 17 de novembro de 2009

+ opinião


O país foi a votos em Outubro, cerca de 55% dos portugueses votaram em partidos que claramente disseram ser favoráveis a casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Os deputados estão claramente mandatados para decidirem esta questão.

A questão da igualdade perante a lei parece já não ser questionada, ah e tal, podia-se chamar nhac em vez de casamento, dizem alguns, mas a verdade é que parece que desta vez a igualdade perante a lei e a separação entre césar e deus está quase a chegar. Os argumentos contra já só passam pelo nome jurídico do contrato... aconselho a pesquisarem os argumentos esgrimidos aquando do passo que se deu ao permitir casamentos apenas no civil. É que no virar do século XIX para o XX os argumentos foram os mesmos... a malta até aceita um casamento sem padre, mas chamem-lhe outra coisa, ok?.

Levanta-se agora a questão que ainda não o é, pois o PS é pela igualdade mas, todos somos azuis, mas há uns mais azuis que outros, pelo que descansem as alminhas de deus, que virá uma cláusula a proibir a adopção.

A questão é pois a adopção e sobre ela tenho a seguinte opinião:

Estamos a falar de crianças institucionalizadas, sem pai nem mãe (ambos têm 3 letrinhas apenas). Acaso alguém pode dizer que são educadas mais equilibradamente num orfanato que com apenas uma mãe, apenas um pai, dois pais ou duas mães? É que sobre a questão das referências é falada como se os seres humanos fossem uma ilha, sem familia, relações sociais, como se vivessem isolados do mundo e que a familia nuclear fosse a única referência no crescimento de uma criança.

A criança vai sentir-se diferente das outras e isso vai afectá-la para sempre, ou será gay ou traumatizada! Eis o regresso do velho argumento que já conhecemos e que foi usado no passado contra os pais divorciados, contra os casamento interraciais e contra as mães solteiras. Neste argumento trata-se de descriminar para salvar da discriminação... como sabemos, os filhos de divorciados, solteiras e pais de étnias diferentes são ou gente sem sentido de familia, ou traumatizados ou vítimas destes progressismos que ninguém sabe onde vai parar.

Por mim, reforço que somos todos iguais perante a lei e que não existe nenhum estudo que diga que uma criança é mais feliz e mais equilibrada numa instituição que com um pai, uma mãe ou um casal que a ame, proteja e prepare para a vida.

Pedro Mendonça

4 comentários:

  1. Nada a opor ao que disseste.
    Querem que se chame casamento, em vez de nhac, vamos lá.
    Os argumentos da adopção são lógicos (e conhecidos) e não são opostos ao que escrevi, lê. Desculpa é que não esteja tão convicto como tu, neste assunto: liberdade de pensar diferente, ok?
    Só não concordo é que haja apenas os elucidados e a canga retrógrada.

    Por fim, lá que funcionou, funcionou :).

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  2. :) Concordo que funcionou. Está o pessoal a falar. Falanginhas a fazer post, interessantes ou nem por isso... e a fazer comentários (quando os há),verdadeiras pérolas.
    É como diz o JF: «...indignem-se. Denunciem. Não se calem. Pelo direito a um futuro.»

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  3. http://jornal.publico.clix.pt/noticia/19-11-2009/be-quis-separar-adopcao-do-casamento-gay-mas-ps-rejeitou-18247060.htm

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  4. Caro Pedro. A questão da adopção só deveria ter um crivo determinante - a qualidade e competência social dos adoptantes. Comprovada pela experiência civica e sempre sujeita a avaliação de acompanhamento. Agora se são hetero ou gay é uma questão menor. O que interessa ás crianças é um lar e serem amadas e ajudadas a crescer. Se assim for terão uma boa cabeça e capacidade de discernir o que lhes interessa e o que é apenas folclore. Pior só mesmo assistir a pais biológicos que violentam os filhos uma vida inteira e de forma impune e depois há óptimas pessoas que querem adoptar e são sujeitas a trâmites kafkianos que impedem anos de vivência em família a dezenas de crianças. É esta a decência ética do nosso sistema social. Tretas para não variar. Um país que insiste em ser medíocre...JF ( João Fróis )

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