quinta-feira, 8 de outubro de 2009

QUERIDO DIÁRIO...

Ocorreu há dias a 1ª reunião de colegas do meu curso, em 15 anos. Graças à generosa CGD, os 2500€ depositados em 1994, destinados à viagem de curso e intocados, fermentaram até à fabulosa quantia de 2573€, viva a banca.
Tive a iniciativa de organizar o jantar e contactar as pessoas: alguns não se formaram, uma vive em Londres e outro na Suécia. Mandei um mail com a convocatória para a “reunião de curso”: um dos destinatários devolveu-me um ponto de interrogação. Quando esclareci qual o curso (qual a dúvida, não tirou mais nenhum…), pediu paciência, fora há 14 anos…
Muitos não foram, porque ficaram de pensar (até hoje), tiveram baptizados ou familiares subitamente doentes. Duas faltaram porque não se queriam cruzar com algumas colegas (como é que um qualquer episódio com 20 anos pesa mais que a vontade de ver 3 ou 4 amigos, no mínimo, que fizemos lá atrás?) e outra, ex-candidata a deputada, porque corre para presidente de câmara e está em campanha. Aliás, encontrei 4 candidatos autárquicos (um é presidente de concelhia), 3 deles em concelhos do interior – onde fica bem ter o doutor dos animais na lista. Umas eminências locais, portanto.
Houve uma ausência peculiar: o Lino arrancou 2 semanas antes para Antioquia (Turquia profunda, quase Iraque) para, com um professor particular, fazer as últimas 5 cadeiras – se tudo correr bem, 20 anos de curso…
Lá:
1. Como bons cristãos, multiplicámo-nos.
2. Um estava opado e 3 encanecidos, o resto TÁS IGUALZINHO, fisicamente e não só: o corista (caloiro, levou uma maleta de médico, insistindo que estudara em Medicina) continua corista, o cómico permanece um postal, a gótica continua gótica, o anão zangado mantém as trombas.
3. Estão todos empregados, alguns com múltiplos empregos, a maioria bem $ucedida, demonstrável no parque de estacionamento.
4. Há quem tenha trabalhos mais giros, como tratar de abutres e bisontes, mas quem foi mais longe foi a moça do Jaguar, que mandou tudo às malvas e agora cria porcos bísaros na sua quinta, “compondo” as clínicas do marido o resto do rendimento. Confirmou-se, o sucesso profissional não tem qualquer correlação com o sucesso académico, visto em chumbos e notas.
5. Foi curioso como a malta de agregou, geralmente com quem foi mantendo o contacto durante estes anos.
6. Sabia que tenho uma memória selectiva, o que quer dizer que esqueço a maioria das conversas, mas há gajos que se recordam de diálogos ipsis verbis que tiveram comigo, um prodígio (à chegada, disseram-me "continuas com roupa do teu irmão, lembras-te de comprares uma camisola da benetton 3 tamanhos acima, porque era gira e uma pechincha?").
7. Os optimistas acham que doravante podemos organizar um jantar anual.

1 comentário:

  1. cronista optimista poderia ser o titulo desta tua generosa estória de vida e que reflecte muito da natureza humana...cada vez mais no seu "melhor"...aquele abraço

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