terça-feira, 13 de outubro de 2009

NEM BOM VENTO

Detesto GENERALIZAÇÕES, tipo os políticos são corruptos, os taxistas são todos uns ladrões, as italianas são giras, os americanos são ignorantes – haja ou não uma ponta de verdade. É que eu até gosto de espanhóis.
No meu trabalho, costumo dizer que temos um azar, só termos uns vizinhos e serem espanhóis. Se fôssemos vizinhos dos suecos (ia dizer dinamarqueses, mais alegres e com mais sol, mas esses fazem matanças de baleias na praia), seríamos mais civilizados.

Tudo isto para dizer que fui a Madrid. Ir ao “estrangeiro”, claro, sai caro, mas espera-se que não sejamos roubados: um pratinho de camarões imersos em picante, daqueles congelados já descascados, 22 euros... escritos num talão amarelo sem menção a estabelecimento, data, NADA. Aliás, a conta em papéis anónimos é corrente.
Fomos a um restaurante buffet, numa das noites: 9 euros por adulto, 5 euros por uma criança a partir de 7 anos, grátis para miúdos mais novos - dito de boca, pois não havia preçário escrito. Como era uma pechincha e as crianças gostaram da comida - o que é difícil de arranjar -, voltámos lá: na altura de pagar, cobraram pelo miúdo de 5 anos. Quando disse que na véspera fora gratuito, a rapariga mal encarada respondeu que era grátis em crianças com um ano. E MAI'NADA. Bem sei que devia pedir o livro de reclamações, mas sou tipicamente português (mais uma generalização), comi, calei, … e reclamo em blogues.

Bem, já na romana Piazza Navona, o garçon percebeu perfeitamente quando encomendei a comida, mas não me entendia quando eu reiteradamente lhe explicava que aquele troco todo não era a gorjeta...
Querem cá ver que o problema não é o país, é o sector turístico?! É que eu não imagino um bom algarvio, num restaurante em Albufeira, a enganar um qualquer casal de reformados galeses…
Não desfazendo, para este turista português, os Austríacos são mais simpáticos do que ouvi dizer, os galegos são literalmente fraternos, os italianos (e os sevilhanos) conduzem caoticamente, os holandeses são uns bacanos, os mexicanos do yucatan são uns porreiros (se virem os arrabaldes do aldeamento, desconfiam que os Maias que nos servem têm razões para sorrir, pois um emprego daqueles não abunda e a miséria é grande). Ufa, consegui não generalizar...

1 comentário:

  1. Caindo no vício das generalidades, gosto de espanhóis, especialmente de galegos e bascos.
    Em San Sebastian (Donostia em basco), num bar soturno "underground" dos "euskadis", escondidinho a um canto do balcão, o barman ficou todo contente quando soube que era português. Traduzindo, para portunhol "Nosotros foram los unicos a darem porrada a los castellanos". Só não ofereceu uma caña...

    Um abraço, Luís
    Carlos Gouveia

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