"Para certos republicanos a República tem sido um pé de cabra com que vêem aumentando os seus haveres." Senador João de Freitas, histórico republicano, in Boletim parlamentar do Senado, 11-06-1913
...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".
domingo, 13 de setembro de 2009
Política IV - Duelos ao fim da tarde
BE-PC: Entrevistas paralelas, não-debate elucida quanto às suas diferenças. Lá descubri uma: o PC quer nacionalizar a banca e seguros, BE quer nacionalizar água e energia. Registo que a resposta do Louça à ideia do Jerónimo, “o que são precisas são regras e regulação séria”, podia-se aplicar à sua proposta. Reparo ainda que os termos usados, como a roubalheira e tráfico de influências, tem paralelo com o PND, como o “olho na ladroagem”.
PC-PS: zzzzz.
PSD-BE: Manuela quer saúde privada complementar. Louçã explica que as privatizações do PREC ocorreram porque os Melos e quejandos fugiram para o Brazil. O homem tem uma veia cómica, amnésia ou revisionismo?
CDS-PC: Ambos preocupados com a agricultura, verdadeiro caso de soberania nacional. Exemplo entre muitos: em 20 anos passámos de auto-suficientes em hortícolas, para 25% - que país é este que não produz sequer para comer?
PS-BE: A rezar por duplo KO. Sócrates acusa Louçã de ataque à classe média, com eliminação de deduções. Pela primeira vez, Louçã é obrigado a defender-se e às suas ideias, e aí está o seu problema: basta passar a unha para a tinta estalar e ver a sucata ideológica e para onde gostava de nos levar. E Louça desmente evolução no seu pensamento desde o PREC: “eu sou coerente, sempre tive a mesma ideia da política pública”. Eu sei, saberão os mai’novos (a ideia é apelativa e já nasceram depois da ruína dos sistemas colectivistas) e muitos PS que vão votar no Bloco.
PC-PSD: Jerónimo acusa PSD de estar “prisioneiro de princípios ideológicos” (outro engraçado) e Manuela diz terem passado as lutas de classes. Asfixia democrática: para quem já esqueceu, recordaram o caso DREN, o que me lembrou os polícias a questionarem sindicatos e a identificar manifestantes.
PSD-CDS: Portas, mais ágil e eficaz; faz favor a Manuela, com rendimento social de inserção (RSI), empurrando-a para o centro - a proposta de pagar em géneros é bizarra.
CDS-BE: Louçã ataca Portas com o RSI (mas a fraude indigna muita gente, talvez dê votos). Portas critica propostas do BE, como a taxação de telemóveis de serviço, nacionalizações (quem paga, o que nacionaliza,…) e patentes de investigação – o BE está claramente à esquerda da esquerda do PS, e do eleitorado que quer conquistar.
* No mesmo dia, Zézinha acusa BE de fazer um diagnóstico real do país, mas projectar um país imaginário, Fazenda confessa que “a política do BE não é pragmática, e por isso é que cresce”. Transparente. Mas o que o povo quer é que lhe melhorem a vida, Sr. Luís.
PS-PSD: Manuela metralhada, ainda oferece rebuçado: fui eu que pus portagens na CREL. Sócrates oscila entre a humildade (governo novo tem ministros novos) e a insistência (lutei contra interesses corporativos). Manuela lembra promessa PS de não aumentar impostos e que reformas daqui a 10 anos serão metade do vencimento bruto, e desmente pela enésima vez que queira desmantelar o Estado social, usando a frase preferida “nunca ninguém me ouviu dizer…” (o problema é esse).
Conclusão: Sócrates passou pelos 4 debates pouco chamuscado, ao contrário do que a sua governação faria prever. Manuela alternativa mesmo fraquinha. Louçã obrigado a mostrar o jogo.
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