quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Política I - Estão abertas as hostilidades


O Debate Sócrates-Portas (TVI) de ontem acabou empatado, embora os adversários tenham saído contentes com o resultado.
Ao minuto 2’, Sócrates aproveitou as fragilidades da defesa contrária e marcou um golaço de baliza aberta, relembrando o fracasso dos governos Durão/Santana e afirmando que Portas era perseguido pelo seu passado.
Minuto 5’, Portas iguala com um tento de bicicleta, lembrando a frase de Sócrates anos antes, “6.9% de desemprego é marca duma governação falhada”, quando a taxa actual é de 9.2% (387 para 507 mil desempregados).
11’, Portas recorda que o aumento de pensões na era Bagão foi 3 vezes superior à de Sócrates, Sócrates recupera a bola e dribla na grande-área de Portas: aumento de salário mínimo de 10% (contra 0% de Portas), genéricos gratuitos para pobres, duplicação da acção social nas escolas.
25’, Sócrates pede cartão amarelo para Portas, por violar regras do jogo (Árbitro andou aos papeis durante os 90’). Portas ataca: diminuiu a convergência das pensões, limitou-se a antecipação das reformas, idosos com 400€ passaram a pagar IRS, diminuíram polícias.
Minuto 60’, Sócrates acusa Portas de querer privatizar a S. Social (há meses, disse que não apostava as reformas na economia de casino...), Portas recupera a bola e lembra que 25% do fundo da S. Social está aplicado na bolsa.
Sobre o apito final, Sócrates instala-se no meio-campo adversário: escolha entre escola pública e privada é descapitalizar a primeira, governo alargou horário escolar e o inglês (técnico?), encerrou escolas até 10 alunos, colocou professores por 4 anos, iniciou anos lectivos a horas. Portas aguentou a pressão, o Governo crispou a escola pública.

O outro confronto (RTPN) teve os 5 cabeças-de-série por Santarém: Lacão (o único repetente), António Filipe (um dos melhores activos da AR), o Pacheco (tirando o transporte de resíduos perigosos na chamusca, foge a problemas locais, é mais abstracto) e dois moços, um barbado em camisa (Zé Gusmão do BE) e outro hiperbarbeado e de gravata (queque da cabeça aos pés, com nome a condizer, Filipe Lobo d’Ávila).
Eu, alheio aos problemas regionais, fiquei a saber: Lacão priorizou rede viária, Gusmão quer acabar com usura bancária, despoluir a bacia do Tejo e reabilitar edifícios, Pacheco fala no envelhecimento populacional e na desertificação (que eu relacionava mais com distritos do interior), Filipe fala de médicos, agricultura e emprego, Ávila apresentou números sobre a economia: falências e desemprego acima da média nacional, investimento (7º em população, 12º e 14º em investimento) e rendimento per capita (830€ contra 930€) abaixo da média. O resto foi espuma nacional.

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